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quinta-feira, 30 de agosto de 2007

La Despedida

Algo se detuvo en punto muerto
Y fue tan grande ese silencio, fue tan grande el desamor
Restos de un navío que encallaba
Yo te quise, yo te amaba
No se bien lo qué pasó

Cuando los jazmines no perfuman
Cuando sólo vemos bruma
Cuando el cuento terminó
Todo nos parece intranscendente
No es cuestión de edad o de suerte
De esto se trata el amor

Tengo que correr, tienes que correr a toda velocidad
A toda velocidad ....

Veo tus pupilas descubriendo algún Chagall
En el invierno, creo del '83
Yo estoy a tu lado revolviendo,
Ordenando libros viejos que leí pero olvidé


Besos de tu madre en el teléfono
Y la lluvia es un espejo que me ayuda a verte bien
Oigo tu sonrisa que ilumina el estudio y la cocina
Entre las copas y el café

Tengo que correr, tienes que correr a toda velocidad
A toda velocidad ...

Sabe amargo el licor de las cosas queridas
Se acabó lo mejor, ¿quién nos quita esta herida?
Tu me pierdes a mí yo te doy por perdida
Es la hora de huir, la despedida,La despedida ...

Tengo que correr, tienes que correr a toda velocidad
A toda velocidad ...
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CD: Abre; Fito Paez, 1999.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Partir, Andar

Partir, andar, eis que chega
É essa velha hora tão sonhada
Nas noites de velas acesas
No clarear da madrugada
Só uma estrela anunciando o fim

Sobre o mar, sobre a calçada
E nada mais te prende aqui
Dinheiro, grades ou palavras

Partir, andar, eis que chega
Não há como deter a alvorada
Pra dizer, um bilhete sobre a mesa
Pra se mandar, o pé na estrada
Tantas mentiras e no fim

Faltava só uma palavra
Faltava quase sempre um sim
E agora já não falta nada

Eu não quis
Te fazer infeliz
Não quis
Por tanto não querer
Talvez fiz

Partir, andar, eis que chega

É essa velha hora tão sonhada
Nas noites de velas acesas
No clarear da madrugada
Só uma estrela anunciando o fim

Sobre o mar, sobre a calçada
E nada mais te prende aqui
Agora já não falta nada
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CD: O som do sim; Herbert Vianna, 2000.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Amores Apertados

Sabe aqueles banheiros mínimos, que quando um entra o outro tem que sair? Têm amores que parecem um banheiro apertado: só cabe um.

Ela ama o cara. Interessa-se pela sua vida, seu trabalho, seus estudos, seu esporte, seus amigos, sua família, enfim, ela está inteira na dele. Ele, por sua vez, recebe isso de muito bom grado, mas não retribui. Não pergunta pelo trabalho dela, pelas angustias dela, por nada que lhe diga respeito. Ela, obviamente, não gosta dessa situação, mas vai levando, levando, até que um belo dia sua paciência se esgota e ela tira o time de campo. Aí ele entra.

De repente, como num passe de mágica, ele se dá conta de como ela é legal, de como ele tem sido distante, de como vai ser duro ficar sem sua menina. Então ele a torpedeia com e-mails e telefonemas carinhosos. Mas ela é gata escaldada, não vai entrar nessa de novo. Ele insiste. Quer vê-la, quer que ela entenda que ele é desse jeito tosco mesmo, mas que no fundo ela é a mulher da vida dele. Ela é gata escaldada, mas não é de gelo: então ta, vamos tentar de novo. Ela entra com tudo. Com a namorada resgatada, ele se isola novamente em seu próprio mundo, deixando-a conduzir tudo sozinha. É ela que o procura, é ela que o elogia, é ela que arma os programas, é ela quem lembra das datas, só ela. Quer saber: to fora!

Aí ele entra. Pô, gata, prometo, juro, ó: vou cobrir você de carinho. E não é que ele cumpre? Passa a tratá-la como uma deusa, superatencioso, parece outro homem. Ela aceita a deferência, mas não entra mais nesse jogo. Simplesmente não retribui o afeto dele, quase nunca telefona, sai com as amigas toda hora, e ele ali, no maior esforço. Ela esnobando, ele tentando, ela se fazendo, ele se declarando. Até que ele enche: tô fora.

Aí ela entra. E ele esfria, e ela cai fora, e ele volta, e seguem nesse entra e sai até o desgaste total.

Bom mesmo é amor em que cabem os dois juntos.

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MEDEIROS, Martha. Amores apertados. IN: _______. Non-stop: crônicas do cotidiano. 6. ed. Porto alegre: L&PM, 2006. p. 182.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Eu Te Amo

Outro dia eu estava assistindo a uma apresentação da poeta Elisa Lucinda num sarau em Porto Alegre, onde ela, mais uma vez, hipnotizou a platéia com seu talento vulcânico e seu humor. Num certo momento, ela questionou a razão de os homens terem tanto receio de dizer “eu te amo”. Parece que dizer “eu te amo” tem um extenso prazo de validade que dispensa repetições. Elisa fez piada: uma mulher diz para o marido: “eu te amo, e você?” Ele responde “O que é isso mulher, já não disse no aniversário do teu sobrinho ano passado? Parece que bebe!”.

São de Elisa os versos: “o euteamo é da dinâmica dos dias/ é do melhoramento do amor/ é do avanço dele/ é verbo de consistência/ é conjugação de alquimia/ é do departamento das coisas eternas”. Ou seja: se não nos basta ouvir uma única vez o barulho do mar, se nunca enjoamos do pôr-do-sol, por que o “eu te amo” teria que ser uma raridade em nossas vidas?

Bem, há uma explicação. Você pode dizer que gosta de uma pessoa, até mesmo que a adora, e isto não configurar um compromisso. Mas amar e outra história. O amor não é um sentimento efêmero, semanal. Não ama-se e desama-se como quem troca de roupa. O amor tem o caráter de permanência. E num mundo de múltiplas possibilidades, de ofertas de amor em cada esquina, de ficação em festas e relacionamentos virtuais, quem vai querer se amarrar pela palavra?

Pena. Porque as pessoas amam. Amam muito. Podem até ficar com outras, mas quase sempre amam verdadeiramente alguém. E não se revelam. Não revelam esse amor para quem o desconhece, e nem mesmo para quem está ali, todos os dias ao seu lado, porque amar parece sinal de fraqueza, olhe só como andam tortas as idéias.

Amar cria raiz, sim. Cria, independentemente de ser verbalizado. Basta sentir o amor para que fiquemos dependentes dele, uma dependência boa, daquilo que nos faz sentir vivos. Dizê-lo em voz alta não nos acorrenta: ao contrario, nos liberta. Dizer ‘eu te amo” é presente pro amado. Como diz Elisa Lucinda, tudo na vida é novidade: comer, dormir, transar. Tudo é estréia, e amar, logicamente, também é sempre novo e passível de reconhecimento contínuo. Meninos e meninas: digam.
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MEDEIROS, Martha. Eu te amo. IN: ________. Non stop: crônicas do cotidiano. 6.ed. Porto Alegre: L&PM. p.149.

domingo, 19 de agosto de 2007

Tão Diferente

O seu amor é confuso
É desorientado
O meu amor é inocente
Ele é sem pecado
O seu amor não tem rumo
É dissimulado
O meu amor é urgente
É desesperado

O seu amor é ao acaso
É desencontrado
O meu amor é uma febre
Ele é declarado
O seu amor é pálido
É desfigurado
O meu amor é claro
Um dia ensolarado

Diga que mal tem
Esperar o amor de alguém
Que de mim é assim
Tão diferente

O seu amor é confuso
É desorientado
O meu amor é inocente
Ele é sem pecado
O seu amor é inconseqüente
Ele não tem passado
O meu amor quer um futuro
Para ser lembrado

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CD: Paz e Amor; Nenhum de Nós, 1998.

sábado, 18 de agosto de 2007

Balada do Asfalto

Me dê um beijo, meu amor
Só eu vejo o mundo com meus olhos
Me dê um beijo, meu amor
Hoje eu tenho cem anos, hoje eu tenho cem anos

E meu coração bate como um pandeiro num samba dobrado
Vou pisando asfalto entre os automóveis
Mesmo o mais sozinho nunca fica só
Sempre haverá um idiota ao redor

Me dê um beijo, meu amor
Os sinais estão fechados
E trago no bolso uns trocados pro café

E o futuro se anuncia num out-door luminoso
Luminoso o futuro se anuncia num out-door

Há tantos reclamos pelo céu
Quase tanto quanto nuvens
Um homem grave vende risos
A voz da noite se insinua
E aquele filme não sai da minha cabeça
E aquele filme não sai da minha cabeça

Rumino versos de um velho bardo
Parece fome o que eu sinto
Eu sinto como se eu seguisse os meus sapatos por aí
Eu sinto como se eu seguisse os meus sapatos por aí

Há alguns dias atrás vendi minha alma a um velho apache
Não é que eu ache que o mundo tenha salvação

Mas como diria o intrépido cowboy,

fitando o bandido indócil
A alma é o segredo, a alma é o segredo
A alma é o segredo do negócio.

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CD: Baladas do asfalto e Outros Blues; Zeca Baleiro, 2005.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

A Arte de Viver

Uns cantam, uns dançam, outros fazem embaixadas por 24 horas sem deixar a bola cair. Uns são campeões de pára-quedismo, uns pintam telas abstratas, outros equilibram pratos na ponta do nariz. Vivem nas revistas, na tv, dando entrevistas.

Quem não tem um talento especial acaba se sentindo um penetra nesta festa onde todos tem tido os seus quinze minutos de Caras. Uns sabem desfiar, outros são chefes de cozinha, há os reis do pagode. Uns pilotam carros, outros apresentam talk shows, volta e meia aparece um novo ilusionista. Como não se sentir descartado nesse planeta de tantos destaques? Simples: valorizando nossos pequenos grandes talentos.

Viver é uma arte. A arte de conversar com desconhecidos, por exemplo. De se revelar em poucas palavras pra uma pessoa que não sabe nada de você, e você nada dela, e estabelecer um contato que seja agradável e frutífero para ambas as partes, evitando silêncios constrangedores ou, pior, o sono.

A arte de ser pontual. Para pouquíssimos. Calcular exatamente o tempo que se chega de um ponto a outro da cidade e ter a capacidade de prever o imprevisto: trânsito mais caótico que o normal, chuva, falta de lugar pra estacionar. Atender um paciente na hora marcada. Decolar no horário previsto. Não entrar atrasado no teatro. Um dom.

A arte de manter uma amizade por anos a fio. Aquele amigo da adolescência que foi morar em outro país. Aquela amiga com quem você se desentendeu por causa de uma bobagem. Aquela turma que já não pensa como você. É uma arte saber onde e quando procurá-los, telefonar nos momentos especiais, esquecer as picuinhas, aceitar seus novos pontos de vista, lembrar e rir juntos do passado. Um talento a ser aprimorado diariamente.

A arte de se isolar. De penetrar no nosso íntimo, de buscar ajuda na meditação, de deliberadamente não pertencer a grupo nenhum e fundar uma natureza própria, e ainda assim não ser um ermitão, ser apenas alguém que de tempos em tempos se retira para se reencontrar. Há uma técnica pra isso.

A arte de perceber segundas intenções, a arte de se controlar, a arte de ficar prioridades, a arte de saber furar os bloqueios, a arte de não desistir na primeira dificuldade, a arte de não viver uma vida de aparências, a arte de andar desarmado, metafórica e literalmente falando. Cada um de nos mereceria ao menos uma reportagem para homenagear nossos dons mais secretos, aqueles que acontecem bem longe dos holofotes. O dom de viver sem aplauso e sem platéia. O glorioso e secreto dom de vencer os dias.
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MEDEIROS, Martha. A arte de viver. IN: ________. Non stop: crônicas do cotidiano. 6.ed. Porto Alegre: L&PM. p.27.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Why Do You Love Me

I'm no Barbie doll
I'm not your baby girl
I've done ugly things
And I have made mistakes
And I am not as pretty as those girls in magazines
I am rotten to my core if they're to be believed

So what if I'm no baby bird hanging upon your every word
Nothing ever smells of roses that rises out of mud

Why do you love me
Why do you love me
Why do you love me
It's driving me crazy

Why do you love me
Why do you love me

You're not some little boy
Why you acting so surprised
You're sick of all the rules
Well I'm sick of all your lies
Now I've held back a wealth of shit
I think I'm gonna choke
I'm standing in the shadows
With the words stuck in my throat

Does it really come as a surprise
When I tell you I don't feel good
That nothing ever came from nothing, man
Oh man, ain't that the truth

Why do you love me
Why do you love me
Why do you love me
It's driving me crazy

Why do you love me
Why do you love me

I get back up and I do it again
I get back up and I do it again
I get back up and I do it again
I get back up and I do it
Do it again

I think you're sleeping with a friend of mine
I have no proof
But I think that I'm right

And you've still got the most beautiful face
It just makes me sad
Most of the time

I get back up and I do it again
I get back up and I do it again
I get back up and I do it again
I get back up and I do it
Do it again

Why do you love me
Why do you love me
Why do you love me
It's driving me crazy

Why do you love me
Why do you love me

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CD: Bleed like me; Garbage, 2005.

domingo, 12 de agosto de 2007

Pra Você Ficar

Hoje o sol não vai brilhar
Hoje eu não vou sorrir
Hoje o tempo vai virar
Hoje a porta vai abrir
Hoje tudo vai mudar
Hoje eu não vou pedir

Pra você ficar
Pra você não ir embora
Pra você dormir
Pra você perder a hora

Hoje
Hoje
Hoje

Hoje eu não vou sair
Hoje a dor não vai passar
Hoje a chuva vai cair

Hoje o mundo vai parar
Hoje alguém vai se ferir
Hoje eu não vou falar

Pra você não ir
Pra você ficar pra trás
Pra você deitar
Pra você dormir em paz

Hoje
Hoje
Hoje

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CD: Como estão vocês?; Titãs, 2003.

sábado, 11 de agosto de 2007

Meu Amor, Meu Bem, Me Ame

meu amor meu bem me ame não vá pra Miami
meu amor meu bem me queira
tô solto na buraqueira tô num buraco
fraco como galinha d'angola
meu amor meu amor manda não vá pra luanda
não vá pra aruba
se eu descer você suba aqui no meu pescoço
faça dele o seu almoço roa o osso e deixe a carne
meu amor meu bem repare no meu cabelo
no meu terno engomado no meu sapato
eu sou um dragão de pêlo eu cuspo fogo
não me esconda o jogo ou berro no ato


meu amor meu bem me leve de ultraleve
de avião de caminhão de zepelim

meu amor meu bem sacie mate
minha fome de vampiro senão eu piro
viro hare-krishna hare hare hare
não me desampare ou eu desespero


meu amor meu bem me espere até que o motor pare
até que marte nos separe


meu amor ele é demais nunca de menos
ele não precisa de camisa-de-vênus
Ouça o que eu vou dizer meu bem me ouça
o que ele precisa é de uma camisa-de-força
você é a minha cura se é que alguém tem cura
você quer que eu cometa uma loucura
se você me quer cometa

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CD: Vô Imbola; Zeca Baleiro, 1999.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Escuta Aqui

Escuta aqui
Eu não sou culpado de tudo
Se não vi
Que as coisas iam mal, me desculpe
Estou aqui
Isso é o que importa agora
E não vou criar palavras de paraíso

Eu preciso de um espelho
Eu preciso te escutar
Que o silencio vai alimentar
A minha tristeza

Olha aqui
Eu não estou farto de tudo
Apenas vejo um caminho confuso
Tudo bem, estou aqui
Isso é o que importa agora
E não vou criar palavras de paraíso

Eu preciso de um espelho
Eu preciso te escutar
Que o silencio vai alimentar
A minha tristeza


Não vou beijar teus pés,
nem vou te ignorar
Só quero uma chance
pra fazer voce acreditar.
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CD: Escuta Aqui; Biquíni Cavadão, 2000.

domingo, 5 de agosto de 2007

Must Get Out

I've been the needle and the thread
Weaving figure eights and circles round your head
I try to laugh but cry instead
Patiently wait to hear the words you've never said

Fumbling through your dresser drawer,
Forgot what I was looking for
Try to guide me in the right direction
Making use of all this time
Keeping everything inside
Close my eyes and listen to you cry

[Chorus:]
I'm lifting you up,
I'm letting you down
I'm dancing til dawn,
I'm fooling around
I'm not giving up,
I'm making your love
This city's made us crazy
And we must get out

This is not goodbye she said
It is just time for me to rest my head
She does not walk, she runs instead
Down these jagged streets and into my bed

[Chorus]
There's only so much I can do for you
After all of the things you put me through

[Chorus 2x]
I'm not giving up
I'm making your love
This city's made us crazy and we must get out
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CD: Songs About Jane; Maroon 5, 2002.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Fuga

Nunca mais vai estar em casa
E nada será igual
Olhava as pessoas em volta
E niguém podia ajudar
Tinha o fogo em suas mãos
E dentro de si o medo

Pensava em tudo que ficou,
Quando todos percebessem
A garota se mandou

Tudo em volta parecia um sonho,
Nada fazia sentido
Nada será igual
E o silêncio das paredes esperava
E o silêncio esperava
Então adeus é mais que um pensamento
Então adeus
[palavra triste]

Pensava em tudo que ficou,
Quando todos percebessem

A garota se mandou

[a lembrança do silêncio daquelas tardes
a vergonha do espelho, daquelas marcas
havia algo de insano naqueles olhos
havia...]
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CD: Cardume; Nenhum de Nós, 1989.
CD: Acústico Ao Vivo 2; Nenhum de Nós, 2003.

A Stroke Of Luck

Hanging by threads of palest silver
I could have stayed that way forever
Bad blood and ghosts wrapped tight around me
Nothing could ever seem to touch me

I lose what I love most
Did you know I was lost until you found me?

Stroke of luck or gift from God?
Hand of fate or devil's claws?
From below or saints above?
You come to me

Here comes the cold again
I feel it closing in
It's falling down
And all around me, falling

You say that you'll be there to catch me
Or will you only try to trap me?
These are the rules I make
Our chains were meant to break, you'll never change me

Here comes the cold again
I feel it closing in
You're falling down
And all around me, falling

Stroke of luck or gift from God?
Hand of fate or devil's claws?
From below or saints above?
You come to me now

Don't ask me why
Don't even try

Stroke of luck or gift from God?
Hand of fate or devil's claws?
From below or saints above?
You come to me

Here comes the cold again
I feel it closing in
It's falling down
And all around me, falling

Falling...
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CD: Garbage; Garbage, 2002.